TJ determina transferência de major Edson para proteger caso Amarildo

Velocross News | 03:21:00 | 0 comentários

Ex-subcomandante da mesma UPP também será transferido.
Eles estão presos com outros 8 PMs suspeitos de torturar Amarildo.


O comandante da UPP, o major Edson Santos,  tem 12 anos de polícia militar (Foto: Janaína Carvalho / G1)Ex-comandante da UPP da Rocinha será transferido
para Bangu 8 (Foto: Marcelo nunes )
A Justiça do Rio de Janeiro determinou a transferência do major Edson Santos, ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na Zona Sul, para a unidade prisional do estado em Bangu, na Zona Oeste do Rio, nesta quinta-feira (17).

Além do major, o ex-subcomandante da mesma UPP, tenente Luiz Felipe de Medeiros, da Unidade Especial Prisional (UEP), também será transferido.

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o policial está preso na Unidade Prisional da PM e pode ser transferido ainda nesta quinta-feira para Bangu 8. Eles estão presos com outros oito policiais militares suspeitos de tortura e da morte do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza na Rocinha.

A transferência foi solicitada pelo MPRJ para que os oficiais não influenciem os outros PMs acusados do crime, o que facilitaria as investigações.
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Capa de moto
O policial militar que prestou depoimento no MP sobre o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza disse que a capa da motocicleta usada para esconder o corpo do ajudante de pedreiro e retirá-lo da favela após a tortura, pertencia ao major Edson Santos, ex-comandante da UPP da Rocinha.

Ainda segundo o policial, durante a tortura o ajudante de pedreiro teria sido afogado dentro de um balde que ficava ao lado da UPP.  O recipiente servia para armazenar a água que escorria do ar-condicionado do contêiner. O ajudante de pedreiro ainda teria sido submetido a choques. Em depoimento, o policial também disse que os envolvidos prejudicaram o trabalho da polícia. Um dia depois do desaparecimento de Amarildo, o local foi limpo e todos os vestígios de sangue apagados. Dois diuas depois da tortura eles também teriam jogado óleo no piso e construído um depósito no local.

Prisão decretada
Os policiais militares vão responder judicialmente pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver. São eles: Edson dos Santos (ex-comandante da UPP), Luiz Felipe de Medeiros, Jairo da Conceição Ribas, Douglas Roberto Vital Machado, Marlon Campos Reis, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Victor Vinícius Pereira da Silva, Anderson César Soares Maia, Wellington Tavares da Silva e Fábio Brasil da Rocha.
Versão fantasiosa
No texto da denúncia, o Ministério Público indica que PMs criaram uma "versão fantasiosa" para atrapalhar a investigação do sumiço do ajudante de pedreiro. O documento afirma que "previamente ajustados entre si, os denunciados, aproveitando-se do fato de as câmeras localizadas na frente da base estarem providencialmente com defeito, montaram versão fantasiosa da saída do denunciado da sede da UPP e passaram a fazer notícia de que este teria sido sequestrado e morto pelos traficantes daquela comunidade".
PMs negam
Segundo o criminalista Marcos Espínola, advogado de Victor da Silva, Douglas Machado, Jorge Luiz Gonçalves Coelho e Marlon Campos Dias, a conclusão do inquérito não contém provas que incriminem seus clientes e a prisão é um exagero. “Não há necessidade de prender réus primários, com bons antecedentes, residência fixa e emprego, podendo ser encontrados a qualquer momento para colaborar com o processo”, explicou, em nota enviada pela assessoria de imprensa.

Entenda o caso
Amarildo sumiu após ser levado à sede da UPP da Rocinha, onde passou por uma averiguação. Após esse processo, segundo a versão dos PMs que estavam com Amarildo no dia 14 de julho, eles ainda passaram por vários pontos da cidade do Rio antes de voltarem à sede da Unidade de Polícia Pacificadora, onde as câmeras de segurança mostram as últimas imagens de Amarildo, que, segundo os policiais, teria deixado o local sozinho.
No dia 27 de setembro, uma ossada achada em Resende, no Sul Fluminense, passou por uma necrópsia, motivada pelas suspeitas de que poderia ser de Amarildo. O relatório, porém, foi considerado inconclusivo, e a ossada será novamente analisada no Rio de Janeiro.

 

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